10 de janeiro de 2012

Raul Pompéia


Raul d'Ávila Pompéia

Nasceu a 12 de abril de 1863 em Jacuacanga, Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Aos dez anos de idade, transfere-se com a família para a cidade do Rio de Janeiro; é matriculado como interno no Colégio Abílio, dirigido pelo Dr. Abílio César Borges, Barão de Macaúbas.
Aos 16 anos, transfere-se para o Colégio Pedro II, agora em regime de externato. No ano seguinte, 1880, publica seu primeiro romance: Uma tragédia no Amazonas.
Em 1881 muda-se para São Paulo, matriculando-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Participa ativamente na campanha abolicionista e engaja-se na causa republicana. Em 1883 publica, em forma de folhetim na Gazeta de Notícias, o romance As jóias da coroa, de nítida conotação antimonarquista.
Em 1885 transfere-se com outros 90 colegas para a Faculdade de Direito de Recife, provavelmente em conseqüência da defesa dos ideais abolicionistas e republicanos; lá termina o seu curso.
O Ateneu - Crônica de saudades, como o próprio subtítulo indica, é um livro de memórias, ou seja, o tempo da ação é anterior ao tempo da narração: o personagem Sérgio, já adulto, narra seu tempo de aluno interno no Ateneu; a narrativa é feita em primeira pessoa, e Sérgio é o personagem-narrador, o que permite ao autor entrar no complexo mundo das revelações que só se fazem à consciência.
O Ateneu é um romance autobiográfico. A fronteira entre a ficção e a realidade é muito frágil. As identidades são claras: Sérgio é Raul Pompéia; o Dr. Aristarco Argolo de Ramos, Visconde de Ramos, do Norte, é na realidade do Dr. Abílio César Borges, Barão de Macaúbas, do Norte; o Ateneu é o Colégio Abílio; Sérgio, assim como Raul Pompéia, entra no colégio com 11 anos de idade.
Leva vida agitada, com várias polêmicas, inimizades e crises depressivas.
Abandonado pelos amigos, caluniado nos meios jornalísticos e intelectuais, Raul Pompéia suicida-se em 1895, dia de Natal.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 130-131)

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