10 de janeiro de 2012

Monteiro Lobato


Monteiro Lobato

José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, Estado de São Paulo, a 18 de abril de 1882. Após os primeiros estudos em sua cidade natal, em 1900 matricula-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, sendo um dos integrantes do grupo literário do Minarete.
Por essa época, inicia suas atividades junto à imprensa. Formado, exerce a promotoria pública em Areias, na região do Vale do Paraíba paulista. Em 1911 herda de seu avô uma fazenda, dedicando-se a agricultura. Três anos depois, um fato definiria a carreira literária de Lobato: durante o inverno seco daquele ano, cansado de enfrentar as constantes queimadas praticadas pelos caboclos, o fazendeiro escreve uma "indignação" intitulada "Velha praga" e envia para as "Queixas e reclamações" do jornal O Estado de São Paulo.
O jornal, percebendo o valor daquela carta, publica-a fora da seção destinada aos leitores; no que acertou, pois a carta provocou polêmica, estimulando Lobato a escrever outros artigos, como por exemplo "Urupês", e a criar seu famoso personagem Jeca Tatu.
A partir daí, os fatos sucedem rapidamente: vende a fazenda; publica Urupẽs, seu primeiro livro; funda a Editora Monteiro Lobato & Cia., a primeira editora nacional. Mais tarde fundaria a Companhia Editorial Nacional e, em 1944, a Editora Brasiliense.
De 1927 a 1931, Lobato vive nos Estados Unidos como adido comercial em Nova Iorque. Admirado com a exploração dos recursos minerais, ao retornar ao Brasil funda o Sindicato do Ferro e a Cia. Petróleos do Brasil, passando a enfrentar a fúria das grandes empresas multinacionais e os "obstáculos" impostos pelo governo brasileiro. Dessa situação resulta outra "indignação" de Lobato: o livro-denúncia O escândalo do petróleo, publicado em 1936.
Nesse livro expõe ao leitor como a máquina do calamitoso Ministério da Agricultura "trabalhou" e "trabalha bem" dentro do programa de "não tirar petróleo, nem deixar que o tirem", para concluir a famosa frase de Shakespeare: "Há algo de podre no reino da Dinamarca". Sua luta não se interromperia até 1941, quando foi condenado pela ditadura de Vargas a seis meses de detenção. Nos últimos anos, colabora com artigos em jornais brasileiros e argentinos.
Falece a 5 de julho de 1948, em São Paulo.


Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 191)

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