13 de janeiro de 2012

Português, o que ensinar?


Você, todos os professores do Ensino Básico e eu temos um objetivo prioritário: fazer com que os alunos aprendam a produzir bons textos.

Por isso, reunimos nesta página algo para ajudá-lo(a) a aprimorar o ensino desse conteúdo.

Organizado em dez capítulos, um guia com mais de 120 links para reportagens, vídeos, planos de aula, entrevistas, artigos, citações e portfólios especialmente produzidos por NOVA ESCOLA. Boa leitura!


O QUE ENSINAR
1. Concepção de linguagem

Provocação
Você ensina Língua Portuguesa ou Práticas de Linguagem?

Se você estiver alinhado com as atuais concepções de linguagem, deve ensinar os alunos a pôr em prática a linguagem, formando cidadãos leitores e escritores de uma cultura em que a escrita é predominante. Com base nas pesquisas desenvolvidas pelo filósofo russo, Mikhail Bakhtin, essas concepções têm como peças-chave a relação interpessoal, o contexto de produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a intenção de quem o produz e a interpretação de quem o recebe. Portanto, mais do que ensinar os elementos e as normas que compõem a Língua Portuguesa, precisamos ensinar as Práticas de Linguagem que vivenciamos em nossa língua materna. “O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possam ‘decifrar’ o sistema de escrita”, resume a educadora argentina, Délia Lerner.

Ponto de partida
Concepções de linguagem alteram o que e como ensinar.
Mikhail Bakhtin - O filósofo do diálogo.

Palavra de especialista
A interação por meio da linguagem (por Cláudio Bazzoni, em vídeo).

Cronologia
Da Reforma Pombalina à publicação dos PCNs.
Caso real: o que mudou ao longo de 24 anos de carreira.

Expectativas de aprendizagem
O que os alunos devem saber ao final do 5º e do 9º anos.

Mitos
Três equívocos sobre produção de textos.

Na dúvida?
Qual a diferença entre língua, idioma e dialeto?

2. Reconceitualização do objeto de ensino

Provocação
Como um professor que acompanha as pesquisas sobre didática, você abandonou de vez as redações sobre as férias, a primavera ou de tema livre. Agora, você trabalha com gêneros e sua aula vai ser sobre fábula. Então, você diz aos alunos que a fábula tem uma narrativa breve, na qual os personagens geralmente são animais tipificados como humanos, que se envolvem em uma situação-problema. O enredo se resolve com a solução do problema e uma lição de moral. Depois dessa explicação, você pede para que os alunos produzam cartazes sobre as características da fábula. Sua concepção de ensino de produção de texto mudou mesmo?

Não, ainda. A escrita é uma prática social e o professor que pretende ensinar a escrever deve ter como referência fundamental os conteúdos envolvidos nas práticas sociais da leitura e da escrita. Isso não se faz verbalmente, como no exemplo acima. É preciso desenvolver os chamados comportamentos leitores e escritores, algo que se conquista por meio da familiarização com os textos em situação de leitura e com a prática da escrita de diferentes gêneros.

Ponto de partida
O que são comportamentos leitores e escritores.

Fala, Delia Lerner!
Vídeo - O papel da escrita na formação do leitor.
É preciso dar sentido à escrita e à leitura na escola.
Resenha - Ler e Escrever na Escola: o Real, o Possível e o Necessário.


Fala, Roger Chartier!
Os significados sociais dados aos textos pelo autor e pelo leitor.

Fala, Bernard Schneuwly!
O ensino por meio dos gêneros deve ser feito com profundidade.

Fala, José Saramago!
A língua é uma ferramenta de comunicação e cabe à escola ensinar a usá-la.

Fala, Ruth Rocha!
O primeiro passo é descobrir se a criança realmente entende o que anda lendo.

Leia também
Revisão vai além da ortografia.
“Pode ler. Eu já li e gostei."
Bons leitores são bons alunos em qualquer disciplina.
Variar textos: a melhor receita para formar leitores.
Compreender, eis a questão!
Textos com estilo.

COMO ENSINAR
3. Condições didáticas

Provocação
Seus alunos estão estudando sobre a Índia, nas aulas de História. Você decide pedir a eles que, em grupos, produzam gibis sobre o tema. É uma boa estratégia?

Não. Trata-se de um caso típico (e muito comum) de uma atividade que provoca a transformação do gênero. Em História, vale dedicar muito mais esforços à produção de textos típicos do contexto de estudos, como os resumos ou texto informativo, pelo qual se comunica o conteúdo. Para esses gêneros serem produzidos, o trabalho deve ser precedido de atividades de pesquisa como ler textos sobre o tema, sublinhar, resumir trechos, anotar.

Gibis, por sua vez, têm por princípio a função de entreter, não a de informar. O trabalho de construção de personagens de gibis, por exemplo, demandaria um espforço não compatível com as expectativas sobre o conteúdo em questão (História da Índia).

Como resultado, os alunos perdem tempo se preocupando com a elaboração de textos e imagens que não vão provocar entretenimento e perdem a chance de aprender a escrever textos informativos e comunicar o que aprenderam sobre a Índia. Esse exemplo hipotético ilustra bem o fato de que, quando se produz um texto, é preciso garantir as respostas a três condições didáticas: O que será escrito (ou qual o conteúdo e o gênero do texto)? Para quê (ou qual é sua função comunicativa)? Para quem (o destinatário)?

Palavra de especialista
É preciso garantir as condições didáticas da produção textual. (por Cláudio Bazzoni, em vídeo)

Leia também
Escrever de verdade.
O que e para que(m)?
Gêneros, como usar?
“Alô, turma de EJA."

Portfólio
Um conto, uma fábula e um editorial escritos por alunos.

Na dúvida?
Gibis podem ser usados em sala de aula? Como?

4. Modalidades Organizativas

Provocação
Por que o projeto didático é uma boa modalidade para ensinar a produzir textos?

Para atender às condições didáticas da produção de texto, o projeto é uma modalidade estratégica porque tem como resultado um produto final, com finalidade comunicativa definida e que pode ser lido por destinatários reais.

Segundo Delia Lerner, essa modalidade organizativa torna “possível criar no aluno um projeto próprio e permite mobilizar o desejo de aprender de forma independente do desejo do professor”. Isso não significa abandonar as atividades permanentes e as sequências didáticas de escrita focadas em conteúdos específicos. Cada objetivo requer uma modalidade diferente e a combinação de diferentes modalidades contribui para enriquecer o trabalho.

Palavra de especialista
Quando usar cada modalidade organizativa? (por Delia Lerner)

Leia também:
O mundo em revista.
Jornal na sala de aula - leitura e assunto novo todo dia.
Blog: diário (de aprendizagem) na rede.
Podcasts sobre Ariano Suassuna: casamento proveitoso.

Projetos didáticos
Biografias e autobiografias.
Mural de animais em extinção.
Solte os bichos e faça um livro.
Cão e companhia - enciclopédia de verbetes.
Resenha Crítica, gênero textual da esfera jornalística.
Literatura e podcast - Com poesia a imaginação voa e a escrita melhora.

Atividades permanentes
Leitura com textos jornalísticos.
Análise de Conto de Escola.

Sequências didáticas
Do oral para o escrito.
Almanaque da classe.

Plano de aula
Outdoor: convencer em poucas palavras.

Propostas curriculares
Secretaria de Educação de Nova Lima-MG.
Escola Projeto Vida-SP.

5. Da reescrita à autoria

Provocação
A reescrita inibe a criatividade do aluno?

Não. Ao reescrever a versão pessoal de uma história conhecida ou com alterações solicitadas pelo professor, como a mudança de cenário, de tempo ou de narrador, o aluno pode realizar um grande esforço criativo para conseguir reconstruir a mesma história e não perder a coerência. Esse processo, baseado em diferentes maneiras de reescrever um texto-fonte, é parte integrante do percurso de autoria, que pode ser construída com muita prática e reflexão.

Ponto de partida
Ser autor exige pensar no enredo e na estrutura.

A reescrita
Palavra de especialista.
A reescrita no percurso de autoria. (por Débora Rana, em vídeo)
Como ler para escrever bons textos? (por Débora Rana, em vídeo)
Atividade de reescrita coletiva com alunos de uma 3ª série. (por Bia Gouveia, em vídeo)

Reportagens
Como reescrever um texto mudando o narrador.
Contos 2.0

Projetos didáticos
Reescrita com personagem-narrador.
A caminho da autoria.
O Velho Chico dá assunto para muita escrita e leitura.
Reescrevendo histórias.

A produção de textos literários
Reportagem.
Ler para escrever.

Sequências didáticas
Leitura para refletir sobre a escrita.
Comparando diferentes versões de Pinóquio.

Atividades permanentes
Contos sem mistério algum.
Os poetas e o fazer poético.
O que cabe na lata do poeta?

A produção de textos informativos em contexto de estudos

Palavra de especialista
Delia Lerner: ler e escrever em contexto de estudo.

Reportagem
Raio X da notícia.

Atividade permanente
Leitura de textos informativos.
Leitura de textos informativos. (em vídeo)

Sequência didática
Leitura e escrita de textos informativos.
Vasculhando a rede.

6. Reflexão sobre a linguagem

Provocação
Ao trabalhar com diferentes gêneros, você não precisa mais ensinar conteúdos como a gramática e a ortografia, focando apenas os aspectos discursivos do texto, que afetam diretamente seu sentido. Verdadeiro ou falso?

Falso. Tanto quanto a pontuação, a gramática e a ortografia também interferem na compreensão de um texto. A questão está em como trabalhar esses conteúdos. Decorar regras e mais regras não vai servir para desenvolver os comportamentos escritores. Por outro lado, ao estudar as normas gramaticais e ortográficas de maneira contextualizada e integrada à produção de seus textos, o aluno tem mais chances de compreender que o uso inadequado de certas estruturas vai comprometer o sentido da sua mensagem.

Ponto de partida
Os problemas ortográficos mais comuns do 3º ao 5º ano e as propostas para resolvê-los.

Palavra de especialista
Delia Lerner aborda a reflexão sobre a linguagem. (em vídeo)
Célia Diaz Argüero fala sobre pontuação na alfabetização inicial.

A revisão
Reportagens:
- A chave para o bom texto: revisão.
- O uso de recursos da informática nas aulas de Língua Portuguesa.

A pontuação
Reportagem: Pontuar? Depende do gênero, do leitor...
Plano de aula - Aprendendo a fazer uso da pontuação.
Atividade permanente - Revisão de textos com foco em pontuação.

A gramática
Reportagem: Gramática sem decoreba.
Atividade permanente - Os porquês do porquinho.
Plano de aula - Estudando a paragrafação de verbetes enciclopédicos
Jogo online - As regras de utilização do hífen.

Na dúvida?
Por que há substantivos que servem tanto para o gênero masculino como para o feminino?
Qual é a diferença entre a norma gramatical, a padrão e a culta?

A ortografia
Manual da Nova Ortografia.

Reportagens:
As duas faces da ortografia: regularidades e irregularidades.
De olho na ortografia.
É hora de escrever certo.

Plano de aula - Trabalhando uma questão ortográfica com ditado interativo.

Na dúvida?
As letras K, W e Y são consideradas consoantes ou vogais?
Qual a utilidade do dicionário?
Como colocar em ordem alfabética as palavras com cedilha?

7. Avaliação

Provocação
A qualidade do produto final é o único elemento a se considerar na avaliação da produção de textos dos alunos. Certo?

Errado. A avaliação deve ser uma espécie de termômetro das produções escritas dos alunos, desde o primeiro dia de aula. Partindo de uma avaliação diagnóstica, o professor pode adequar o planejamento às necessidades da turma, identificando as dificuldades de cada aluno. A partir daí, todas as atividades devem ser consideradas para compor sua avaliação final.

Ponto de partida
A necessidade e os bons usos da avaliação, por Telma Weisz.

Palavra de especialista
Diagnóstico e avaliação. (por Cláudio Bazzoni, em vídeo)

Reportagens:
- O que cada um sabe?
- Avaliação inicial na produção de texto. (em vídeo)

Sequência didática
Diagnóstico inicial da produção de texto dos alunos.

8. Produção de texto na alfabetização

Provocação
Se os alunos ainda não dominam completamente a escrita alfabética, não é possível trabalhar a produção de textos. Certo?

Errado. O conhecimento do sistema alfabético não é um pré-requisito para a elaboração de um texto. Definir o conteúdo que será escrito, adequá-lo a um propósito comunicativo e organizar as ideias são comportamentos escritores que não dependem da representação gráfica das palavras e que as crianças devem praticar desde a pré-escola. Uma das maneiras de trabalhar esses conteúdos é o ditado que os alunos fazem para o professor, o que torna possível às crianças se perceberem capazes de escrever antes de estar alfabetizadas.

Ponto de partida
Produzir texto sem escrever.
Na ponta do lápis.
Ler e escrever de verdade na 1ª série.
Aulas que estão no gibi.

Palavra de especialista
Com significado, desde o começo. (por Delia Lerner)
Aquisão do código e compreensão do texto, ao mesmo tempo. (por Ana Teberosky)
É preciso conhecer as características da linguagem escrita. (Telma Weiz)

Projetos didáticos
Criar agendas telefônicas.
Livro de parlendas preferidas.
Reescrita de histórias conhecidas.
Indicação literária.
Texto informativo sobre filhotes.
Legendas para fotos.

Atividades permanentes
Escrever para aprender. (em vídeo)
Ditado para escriba. (em vídeo)
Leitura de textos informativos. (em vídeo)
Interação com a linguagem escrita.

Sequências didáticas
''Eu já sei ler gibi!''
Galeria de personagens

9. Inclusão

Provocação
Na sua sala de aula está Mariana, uma aluna com deficiência auditiva. Enquanto a turma trabalha no projeto didático de produção de um livro de receitas, você elabora diferentes sequências didáticas exclusivas para Mariana, com exercícios de palavras-cruzadas e aulas retiradas de livros didáticos. Você está incluindo a aluna em um processo de aprendizagem?

Não. Segundo Maria Teresa Eglér Mantoan, da Faculadade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), incluir não significa diferenciar uma atividade para os que têm deficiência, mas aceitar e autorizar que cada um percorra seu caminho específico para resolver o mesmo problema que a turma toda vai solucionar. Uma criança com deficiência auditiva é capaz de aprender a produzir textos, desde que algumas flexibilizações sejam feitas nos conteúdos, no tempo das atividades, nos recursos utilizados ou até no espaço da sala de aula.

Palavra de especialista
A inclusão nas atividades de produção de texto. (por Daniela Alonso, em vídeo)

Reportagem
Como Matheus controlou o tamanho da letra.

Flexibilização
O melhor espaço no momento da roda.
Recursos a favor do surdo-cego.
Mais tempo e repetições para quem tem Síndrome de Down.

Sequência didática
Saberes e sabores.

Plano de aula
Agenda telefônica.
Atividade permanente.
Leitura.

10. Formação de professores em produção de texto

Veja mais em: http://revistaescola.abril.com.br/producao-de-texto

Produção de Texto


Produção de Texto


Em um mundo globalizado e capitalista, sou um industrial da cultura! Meu produto é o texto e compartilho com você o meu "know-how".

Neste artigo abordaremos fragmentos importantes da gramática e, preciosos para uma produção textual de qualidade.

PERÍODO SIMPLES

Chamamos período simples ao enunciado de sentido acabado formado por uma ou mais orações.
As orações se organizam para formar o período.

Os períodos compostos se dividem em duas categorias - subordinação e coordenação.
Os períodos compostos por subordinação se dividem em "adjetiva restritiva" e "adjetiva explicativa".

Os períodos compostos por coordenação se dividem em "sindética" e "assindética". Com relação de igualdade pode ser através de "substantivos", "adjetivos" e "advérbios".

REGÊNCIA NOMINAL

Quando o termo regente é um "nome" dizemos que a regência é nominal. O uso de preposições nas orações, comunmente são: "a, de, em, para, por, com, para com".

REGÊNCIA VERBAL

Neste estudo observamos a maneira de um "verbo" se relacionar com o seu "complemento".

Estou montando uma coletânea de frases com o estudo da regência verbal. Por favor, se você tiver alguma, me envie!

Verbos: 

abraçar,  aconselhar, agradar, agradecer, aspirar, assistir, avisar, bater, casar, chamar, chegar, esquecer, informar, obedecer, pagar, perdoar, preferir, proceder, querer e visar.

11 de janeiro de 2012

Idade Media


IDADE MÉDIA
A Sociedade medieval
Clero (padres, bispos, papa), Nobres (reis, condes, duques, cavaleiros), Servos (camponeses)

A vida dos servos
Obrigações (impostos e taxas):
- talha, corvéia, banalidades, tostão de Pedro

Os Cavaleiros medievais
Eram : corajosos, justos, honestos e guerreiros

O poder da Igreja Católica
- poder econômico, político e cultural
- o teocentrismo ( explicação religiosa para todas as coisas)
- dificultou o avanço da ciência

Excluídos e Perseguidos na Idade Média
- Bruxas eram perseguidas, torturadas e queimadas
- Leprosos eram isolados nas florestas

Conceito de feudalismo: sistema político, econômico e social que vigorou na Idade Média.

Sociedade Feudal : hierarquizada
Clero (padres, bispos, papa), Nobreza (reis, condes, senhores feudais, duques, cavaleiros), Servos (camponeses)

A vida dos Camponeses: trabalhavam para manter a nobreza e o clero
Obrigações dos servos:
- talha (metade da produção o servo deveria pagar para o senhor feudal), corvéia ( de 3 a 4 dias de trabalho de graça nas terras do senhor feudal) , banalidades ( taxas que os servos pagavam para usar as instalações do castelo), tostão de Pedro (dízimo pago para a Igreja)

O Feudo: unidade de produção na Idade Média
- Feudo: propriedade do senhor feudal que concedia a autorização de uso para a família do servo em troca do pagamento de obrigações
- Instalações do feudo : castelo (habitação do senhor feudal e sua família), vila camponesa, igreja, moinho, estábulo, terras de produção

O poder da Igreja Católica durante o feudalismo
- poder econômico, político e cultural
- o teocentrismo ( explicação religiosa para quase tudo)

O Mundo Antigo


Pré-história
O período da PEDRA LASCADA (PALEOLÍTICO)
- - Eram nômades e viviam em cavernas
- - Faziam pinturas rupestres (desenhos nas paredes de cavernas, usando sangue de animais)
- - Dominavam o fogo
- - Faziam objetos de pedra e de ossos

O período da PEDRA POLIDA (NEOLÍTICO)
-- Passaram a ser sedentários
-- Criaram povoados
-- Desenvolveram a agricultura e a pecuária
- Elaboração de ferramentas mais desenvolvidas

EGITO ANTIGO
Região
• Nordeste da África: deserto do Saara
• Importância do rio Nilo
• Agricultura nas margens
• Água, Transporte, Papiro, Pesca

Escrita Egípcia
-Hierógliflos: escrita pictográfica feita em papiro e paredes de pirâmides
- Pedra Roseta: facilitou o entendimento da escrita hieroglífica

Sociedade Egípcia (hierarquizada)
Faraó / Sacerdotes / Militares / Escribas / Artesãos e mercadores / Lavradores e pastores

A Religião Egípcia
- Eram Politeístas = acreditavam em vários deuses e animais sagrados
- Vida após a morte = desenvolveram a mumificação para preservar os corpos

Pirâmides
Eram construídas com objetivo de conservar os corpos e objetos dos nobres para a vida futura

Deixaram para os outros povos os seguintes conhecimentos:
• Matemática: construção de pirâmides
• Astronomia: capacidade de prever enchentes
• Química e Medicina: desenvolvidas pela necessidade de fazer a mumificação

Hebreus, Persas e Fenícios
Fenícios
A religião dos fenícios era politeísta e antropomórfica. Os fenícios conservaram os antigos deuses tradicionais dos povos semitas: as divindades terrestres e celestes, comuns a todos os povos da Ásia antiga. Assinale-se, como fato estranho, que não deram maior importância às divindades do mar.

Hebreus
O legado do povo hebreu consiste, essencialmente, em sua religião - um monoteísmo espiritualista, baseado na fé em Iavé. Este monoteísmo, produto de longa evolução religiosa que culmina com Moisés, exerceu influência através dos séculos e constituiu-se o antecedente direto do cristianismo e do maometismo.
O judaísmo influi radicalmente na civilização ocidental, sobretudo através do cristianismo. É de fontes judaicas que provém a cosmogonia, os Dez Mandamentos e boa parte da teologia cristã.

Persas
Ciro, o Grande (560-530 a.C.), tornou-se rei dos medos e persas, após haver conquistado Ecbátana e destronado Astíages (555 a.C.). Conquistou também a Babilônia (539 a.C.). O império ia desde o Helesponto até as fronteiras da Índia.
No Império persa a grande fonte do direito era a vontade do soberano de direito divino. Transgredir a lei emanada do soberano era ofender a própria divindade. Os crimes de menor importância eram punidos com chibatada que podia ser, em parte, substituída pela multa pecuniária.

Grécia Antiga
- Povoamento da Grécia:
2000 AC: pastores e agricultores ocuparam a Península do Peloponeso

Geografia: Terreno Montanhoso
- dificultou o contato entre as cidades
- formação de cidades-estados (pólis)
- muitas ilhas: favoreceu o comércio marítimo e portos

Atenas: o berço da democracia
- democracia: governo do povo
- as assembléias
- cidadãos: homens, nascidos na cidade, adultos e livres
- Escravidão: dívidas e guerras
- Atenas: desenvolvimento artístico, filosófico e cultural

Esparta: a cidade guerreira
- formação de soldados para a guerra
- educação militar
- soldados: falar pouco
- mulher: deveria ser uma “boa reprodutora”

Religião Grega
- Politeísta : Zeus (deus dos deuses) / Poseidon (deus dos mares) / Hades (deus dos mortos) / Ares (deus da guerra) Afrodite ( deusa do amor)
- deuses: aparência e comportamento de humanos

Mitologia Grega
- explicações e transmissão de mensagens

Arte Grega:
- imitação da realidade (esculturas e teatro grego)

A origem das Olimpíadas na Grécia
- homenagem a Zeus
- esportes ao ar livre

Roma Antiga
- Roma: povoada por pastores nômades há aproximadamente 1000 AC
Lenda da Fundação de Roma - A lenda de Rômulo e Remo

Sociedade Romana formada por:
- Patrícios
- Plebeus
- Escravos

A Expansão romana e as conquistas
- poder do exército romano: força, organização e disciplina
- saques, respeito a cultura dos dominados e cobrança de impostos.

Cultura Romana
-influência grega: vestuário, alimentação e cultura
-Religião politeísta (mesmos deuses dos gregos)

Gregos Romanos
Poseidon Netuno
Afrodite Vênus
Deméter Ceres
Hades Vulcano

O Império Romano
- Imperador: poder total: título de Augusto = “Preferido dos deuses”
- Otávio Augusto: período de grandes conquistas
- “ Pão e circo”: diversão e comida para evitar conflitos

Fim do Império: Invasão dos Bárbaros (476 dC)
- Enfraquecimento do Império: rebeliões, falta de dinheiro
- Destruição de cidades romanas e invasões bárbaras.

Visite

Função social da escola


Função social da escolaA Política da InclusãoFaço minha as palavras de Vera Lúcia Pereira da Costa: "...resgatar a função social da escola. Onde o aluno encontre motivos para estar ali e participar de maneira ativa, dinâmica, construindo seu aprendizado, pois, uma sociedade só é de fato democrática quando os cidadãos que dela fazem parte são em primeiro lugar alfabetizados, reflexivos, com condições reais de exercerem sua participação e cidadania, conhecedores de seus direitos e deveres."

Transformar as escolas públicas brasileiras em espaços inclusivos e de qualidade, que valorizem as diferenças sociais, culturais, fiscais e emocionais e atendam às necessidades educacionais de cada aluno é um dever de todos. Atender a estas expectativas é um objetivo longe de triste realidade. Vivemos num mundo democrático mas, cheio de desigualdades.

ANÁLISE DE REFERENCIAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Escola Pública, hoje, não está preparada para a Inclusão Educacional. Questões como Deficiência Mental, Formação de Educadores, Concepção de Inclusão e de Educação Especial demandam tempo para que a Comunidade Escolar se adeque e se prepare para atender a esta a uma clientela antes atendida por instituições exclusivamente voltadas para este tipo de atendimento.
As reflexões do Estado fundamentam a educação especial na perspectiva da integração, propondo uma análise da formação de educadores, do conceito de deficiência mental e das práticas escolares a partir da evolução da concepção sob o novo paradigma no contexto da educação
inclusiva.
É preciso diminuir a carga horária e os dias letivos. A quantidade de professores afastados com problemas de saúde, causados pela excessiva carga horária, provam que o novo modelo proposto pelo projeto de lei não é funcional.

PROCESSO DE INCLUSÃO
Comunidade Escolar e a Política de Inclusão, Os Educadores e a Educação Inclusiva, A Inclusão nos Casos de Deficiência e Doença Mental, Construção de Espaços Inclusivos,

REDES DE APOIO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Princípios Norteadores, Objetivos da Rede de Apoio à Educação Inclusiva, Equipe Interdisciplinar
A escola no passado, a Função do Professor,

AÇÃO DO GESTOR ESCOLA,
A escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento
das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da
aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes,
e valores) que, aliás, deve acontecer de maneira contextualiazada desenvolvendo
nos discentes a capacidade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em
que vivem.

Professores e alunos motivados faz o espaço escolar deixar de ser apenas um ponto de encontro para ser também lugar de crescimento intelectual e pessoal.


Referência Bibliográfica:
Paulon, Simone Mainieri. Documento subsidiário à política de inclusão / Simone Mainieri Paulon, Lia Beatriz de Lucca Freitas, Gerson Smiech Pinho. –Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. 48 p.

Projeto Político Pedagógico (PPP)


- É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
- É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
- É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Finalidade
Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana.
O Projeto político pedagógico vê a escola como um todo em sua perspectiva estratégica, não apenas em sua dimensão pedagógica. É uma ferramenta gerencial que auxilia a escola a definir suas prioridades estratégicas, a converter as prioridades em metas educacionais e outras concretas, a decidir o que fazer para alcançar as metas de aprendizagem, a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o próprio desempenho.
O PPP é diferente de planejamento pedagógico. É um conjunto de princípios que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos, por isso, envolvem diretrizes mais permanentes, que abarcam conceitos subjacentes à educação:
- Conceitos Antropológicos: (relativos à existência humana)
- Conceitos Epistemológicos: aquisição do conhecimento
- Conceitos sobre Valores: pessoais, morais, étnico...
- Político: direcionamento hierárquico, regras...

Os erros mais comuns
Alguns descuidos no processo de elaboração do projeto político-pedagógico podem prejudicar sua eficácia e devem ser evitados:

- Comprar modelos prontos ou encomendar o PPP a consultores externos. "Se a própria comunidade escolar não participa da preparação do documento, não cria a ideia de pertencimento", diz Paulo Padilha, do Instituto Paulo Freire.

- Com o passar dos anos, revisitar o arquivo somente para enviá-lo à Secretaria de Educação sem analisar com profundidade as mudanças pelas quais a escola passou e as novas necessidades dos alunos.

- Deixar o PPP guardado em gavetas e em arquivos de computador. Ele deve ser acessível a todos.

- Ignorar os conflitos de ideias que surgem durante os debates. Eles devem ser considerados, e as decisões, votadas democraticamente.

- Confundir o PPP com relatórios de projetos institucionais - portfólios devem constar no documento, mas são apenas uma parte dele.

Concordância nominal e verbal


Concordância Verbal
Exemplos:
Assumo meus inúmeros erros. (sujeito da primeira pessoa do singular (eu))
Assumimos nossos inúmeros erros. (sujeito da primeira pessoa do plural (nós))
Toda pessoa sensata assume os próprios erros. (sujeito da terceira pessoa do singular)
Pessoas sensatas assumem os próprios erros. (sujeito da terceira pessoa do plural)

Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural. Exemplo:
Pai e filho conversam longamente.
Pais e filhos devem conversar com freqüência.


Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância no plural obedece ao seguinte esquema: a primeira pessoa prevalece sobre a segunda pessoa, que, por sua vez, prevalece sobre a terceira. Exemplo:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. (primeira pessoa do plural)
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. (segunda pessoa do plural)
Pais e filhos precisam respeitar-se. (terceira pessoa do plural)

Concordância Nominal
Se ocupa da relação entre os nomes, ou seja, entre as classes de palavras que compõem o chamado grupo nominal (substantivos, adjetivos, pronomes, artigos e numerais).
Exemplo:
Sua mãos fria denunciava o que sentia naquele momento.
Suas mãos frias denunciavam o que sentia naquele momento.

A relação que se estabelece, é necessário lembrar que adjetivos e palavras de valor adjetivo podem atuar como adjuntos adnominais ou predicativos dos substantivos a que se referem.
Quando atuam como adjuntos adnominais de um único substantivo, os adjetivos concordam em gênero e número com esse substantivo.


FONTE: CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1998. (Página 479-511)

Acentuação gráfica e crase


Acentuação gráfica e crase


Acentuação gráfica é o estudo das regras que disciplinam o uso adequado dos sinais gráficos.

Quando você diz café, uma das sílabas é pronunciada com mais intensidade do que a outra.

A sílaba mais forte é "fé", sílaba tônica. A sílaba mais fraca é "ca", sílaba átona.

Na língua portuguesa, a sílaba tônica pode aparecer em três diferentes posições; consequentemente, as palavras podem receber três classificações quanto a esse aspecto:
- oxítonas, são aquelas cuja sílaba tônica é a última.
- paroxítonas, são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima.
- proparoxítonas, são aquelas cuja sílaba é a antepenúltima.
- monossílabos, quando é apenas uma sílaba. (Monossílabo tônico, som forte. Monossílabo átono, som fraco.)

Os acentos

A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos sinais escritos sobre algumas letras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação.
- o acento agudo (') é colocado sobre as letras "a", "i", "u" e sobre o "o" do grupo -em, indica que essas letras representam vogais tônicas.
- O acento circunflexo (^) é colocado sobre as letras "a", "e" e "o", indica, além de tonicidade, tímbre fechado.
- O trema (") indica que o "u" é uma semivogal, ou seja, é pronunciado atonamente nos grupos gue, gui, que, qui.
- O til (~) indica que as letras "a" e "o" representam vogais nasais.

Crase

- o acento grave (') indica a ocorrência da fusão da preposição "a" com os artigos "a" ou "as", com o pronomes demonstrativos "a" ou "as" e, com a letra "a" inicial dos pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

Regras básicas

Proparoxítonas - são todas acentuadas.
Paróxitonas - são acentuadas as que terminam em: i, is, uns, um, uns, l, n, r, x, ps, ã, ãs, ão, ãos; ditongo oral, crescente ou decrescente seguido ou não de "s".
Oxítonas - são acentuadas as que terminam em: a, as, e, es, o, os, em, ens.
Monossílabos tônicos - são acentuados os terminados em: a, as, e, es, o, os.

Regras especiais

Os hiatos.

Quando a segunda vogal do hiato for "i" ou "u", tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento. Cuidado: se o "i" for seguido de "nh" não haverá acento.
Quando a vogal "i" ou a vogal "u" forem acompanhadas de outra letra que não seja "s", não haverá acento.
Nos grupos "ee" e "oo", a primeira vogal for tônica, haverá acento circunflexo. Esta terminação é exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver.

Os Ditongos

Acentua-se as vogais tônicas dos ditongos: "ei", "eu", "oi", desde que sejam abertos. Cuidado: Não haverá acento se o ditongo for aberto, mas não tônico.

Trêma

Coloca-se trema (ü) sobre a letra "u" pronunciada atonamente nos grupos de gue, gui, que, qui.

Acentos diferenciais

Algumas palavras que recebem acento excepcional para que sejam diferenciadas de suas homônimas.

Convém dizer que o acento diferencia entre a terceira pessoa do singular e, a terceira pessoa do plural, do presente do indicativo dos verbos ter e vir.
Há ainda algumas palavras.


FONTE: CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1998. (Página 49-66)

Ortografia


Ortografia

A palavra ortografia (formada pelos elementos gregos orto, "correto", e grafia, "escrita") dá o nome à parte da Gramática que se preocupa com a correta representação escrita das palavras. É a ortografia, portanto, que fixa padrões de correção para a grafia das palavras.
Nossa língua obedece a uma combinação de critérios, etimológicos e fonológicos.
- etimológicos, ligados à origem das palavras.
- fonológicos, ligados aos fonemas representados.

O alfabeto
O alfabeto é formado por vinte e três letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z.

Algumas orientações para atividades de escrita.
Palavras homônimas - apresentam a mesma grafia e a mesma pronúncia.
Palavras homógrafas - apresentam a mesma grafia, ma pronúncia diferente.
Palavras homófonas - apresentam a mesma pronúncia, mas grafia diferente.
Palavras parônimas - apresentam grafias ou pronúncias semelhantes, sem que, no entanto, ocorra coincidência total.

As palavras parônimas costumam provocar dúvidas quanto ao seu emprego correto. Veja o caso de alguns fonemas e letras.
- O fonema // (letra "x" ou dígrafo "ch");
- O fonema // (letra "g" e "j");
- O fonema /z/ (letras "s" e "z");
- O fonema /s/ (letras "s", "c", "ç" e "x" ou dígrafos "sc", "sç", "ss", "xc" e "xs")
- A letra "x";
- As letras "e" e "i" (cuidado com a grafia dos ditongos):
Ditongos nasais - só se grafa com "i" o ditongo /ãj/ interno, cãibra (ou câimbra).
Formas verbais - verbos terminados em -oar e -uar são grafadas com "e": abençoe, perdoe, magoe, atue, continue, efetue; verbos terminados em -air, -oer e -uir são grafadas com "i": cai, sai, dói, rói, mói, corrói, influi, possui, retribui, atribui.
Cuidado especial com as palavras se, senão, sequer, quase e irrequieto.
- As letras "o" e "u";
- A letra "h"

FONTE: CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1998. (Página 33-45)

Leitura e compreensão de textos


Leitura e compreensão de textos

Em Gramática da Língua Portuguesa, Pasquale & Ulisses dizem que "a Gramática é um instrumental fundamental para o domínio do padrão culto da língua". Estudar o lado lógico, inteligente, racional dos processos linguísticos. Esmiuçar a estrutura de frase, do texto - mostra o porquê.
Textos de jornais e revistas, mensagens publicitárias, letras de música e obras literárias contemporâneas são referência para o estudante de português.
Chega de "decoreba"! Não temos vocação para 'papagaio'.
Seja bem-vindo à Língua Portuguesa (Brasil).

FONTE: CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1998.

Amir Mirza Hekmati


Amir Mirza Hekmati foi condenado à morte por um tribunal iraniano na segunda-feira, sob acusação de espionagem. O Irã acusou Hekmati de espionagem para a CIA.

Os Estados Unidos negou que Hekmati é um espião e disse que as acusações são politicamente motivadas. As acusações criaram tensão entre os dois países rivais, já que eles vêm num momento em que há aumento de temperatura entre o Washington e Teerã.

Os EUA estão olhando para endurecer as sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear. O Irã respondeu com ameaças militares e ameaçou bloquear o Estreito de Hormuz. O Irã também advertiu um porta-aviões dos EUA sobre entrada da hidrovia.

De acordo com o National Post, o Irã acusou Hekmati de treinamento com os militares dos EUA como um espião. Que o relatório observou que a confissão foi ao ar na televisão em que ele disse que trabalhava para uma empresa de Nova York - baseado em design de jogos de vídeogame para manipular a opinião pública no Oriente Médio, em nome de inteligência dos EUA.

http://www.ibtimes.com/articles/279542/20120110/who-amir-mirza-hekmati-facts-iranian-death.htm

Homem iraniano detido por espionagem


A televisão estatal transmitiu uma entrevista gravada com Amir Mirza Hekmati, na qual ele disse que tinha recebido treinamento pelos serviços de inteligência dos EUA. O canal disse que ele tinha sido enviado para o Irã e de fornecer informações erradas para a inteligência iraniana.

TEERÃ - A televisão estatal iraniana no domingo foi ao ar com o que descreveu como a confissão de um homem iraniano detido por espionagem para a CIA. O Ministério de Inteligência do Irã disse no sábado que havia capturado um espião da CIA de origem iraniana que tinham recebido treinamento em unidades do Exército dos EUA inteligência e passou um tempo em bases militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

A televisão estatal mostrou Hekmati sentado, vestindo uma camisa de colarinho aberto. "Eles (os agentes dos EUA) disseram-me: 'Se você for bem sucedido nesta missão, podemos treiná-lo ainda mais, podemos dar-lhe outras missões ... Esta missão exige que você viaje para o Irã", disse ele, parecendo calmo.

Em um vídeo no boletim de notícias do canal principal, fotos de Hekmati foram mostradas no que parecia ser bases militares dos EUA. "Eu estava em um centro de espionagem em Bagram (a maior base dos EUA no Afeganistão) ... Fui para Dubai e depois ... eu voei para Teerã", disse Hekmati, sem mencionar a data. "Eles me disseram: 'Você vai se tornar uma fonte de informações de inteligência militar e para os iranianos por três semanas e daremos-lhe dinheiro para isso e então você volta.'"

A televisão estatal iraniana tem passado difusão das confissões do acusado ​​de ameaçar a segurança do Estado. Em maio, Teerã anunciou a prisão de uma rede de 30 espiões da CIA envolvidos em sabotagem e espionagem. Na terça-feira 15 pessoas foram indiciadas por espionar para Washington e Israel. Sob a lei islâmica do Irã, espionagem pode ser punida com a morte.

http://www.youtube.com/watch?v=cNSNkmWePH0

Clarice Lispector


Clarice Lispector

Nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia, URSS, a 10 de dezembro de 1925. Com dois meses de idade, veio com a família para o Brasil. A própria escritora assim se refere à infância:
"Sou brasileira naturalizada, quando, por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor. Comecei a Escrever pequenos contos logo que me alfabetizaram, e escrevi-os em português, é claro. Criei-me em Recife.
Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram aceitas."
LISPECTOR, Clarice. In: WALDMAN, Berta. Clarice Lispector. São Paulo, Brasiliense, 1983. p. 9-10. Col. Encanto Radical.
Em 1937, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde cursa o secundário; inicia o curso de Direito. Estudante ainda, escreve seu primeiro romance, Perto do coração selvagem, publicado em 1944. Acompanha o marido em viagens à Itália, Suíça e Estados Unidos. Retorna ao Rio de Janeiro na década de 1950.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 311-32)

Guimarães Rosa


João Guimarães Rosa

Nasceu a 27 de junho de 1908, em Cordisburgo, Minas Gerais. Após passar a infância no centro-norte de seu estado natal, onde seu pai exercia atividade comerciais na zona da pecuária, vai para Belo Horizonte, onde cursa o secundário e a faculdade de Medicina.
Graduado, trabalha em várias cidades do interior mineiro, sempre demonstrando profundo interesse pela natureza, bichos e plantas, pelos sertanejos e pelo estudo de línguas (inclusive, estudando sozinho alemão e russo).
Em 1934 inicia sua carreira diplomática prestando concurso para o Ministério Exterior - serviu na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial; posteriormente, na Colômbia e na França. Em 1958, é nomeado ministro; é dessa época o reconhecimento da genialidade do escritor, em consequencia da publicação de "Corpo de baile" e "Grande sertão: veredas", ambos em 1956.
Em 16 de novembro de 1967, João Guimarães Rosa toma posse na Academia Brasileira de Letras; três dias depois, a 19 de novembro, morre no Rio de Janeiro.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 304-305)

Érico Veríssimo


Érico Veríssimo

Nasceu em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, a 17 de dezembro de 1905. Filho de família abastada que se arruinou economicamente, foi obrigado a exercer várias funções em empregos modestos.
Em 1931, transfere-se definitivamente para Porto Alegre; lá foi diretor da Revista Globo. Mais tarde lecionou literatura na Universidade de Berkeley, EUA.
Érico Veríssimo é o representante gaúcho dentro do regionalismo modernista. Retrata a vida urbana da provinciana Porto Alegre, a crise da sociedade moderna, onde a nota marcante é a falta de solidariedade, o cotidiano caótico.
Faleceu em 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 295)

Jorge Amado


Jorge Amado de Faria

Nasceu em Itabuna, zona cacaueira no sul do Estado da Bahia, a 10 de agosto de 1912. Passou a infância dividido entre a cidade natal e Salvador.
Em 1931, matricula-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro; nesse ano, estréia com o romance O país do carnaval. Em 1932, levado por Raquel de Queiroz, frequenta grupos políticos de esquerda; filia-se ao Partido Comunista Brasileiro.
Em 1935, forma-se em Direito mas passa a sofrer perseguições políticas, que o levam a exilar-se, temporariamente, na Argentina. Em 1936 e 37 conhece as agruras da prisão política. Em 1946, com a redemocratização, elege-se deputado pelo PCB, mas no ano seguinte tem seu mandato suspenso em consequência da decretação de ilegalidade do partido.
Em 1948 inicia uma viagem a vários países socialistas da Europa. A partir de 1958, inicia uma produção metódica, que lhe tem permitido viver da literatura. Jorge Amado representa o regionalismo baiano das zonas rurais do cacau e da zona urbana de Salvador. Sua grande preocupação foi fixar tipos marginalizados para, através dele, analisar toda uma sociedade.
Morre em 06 de agosto de 2001.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 291)

Graciliano Ramos


Graciliano Ramos

Nasceu em Quebrângulo, Alagoas, a 27 de outubro de 1892. Fez apenas os estudos secundários em Maceió. Após rápida passagem pelo Rio de Janeiro, fixa-se em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas; faz jornalismo e política, chegando a exercer a prefeitura da cidade.
Estréia em livro em 1933, com o romance Caetés; nessa época trabalha em Maceió, dirigindo a Imprensa Oficial e a Instrução Pública, e trava conhecimento com José Lins do Rego, Rachel de Queiroz e Jorge Amado.
Em março de 1936 é preso por atividades consideradas subversivas sem, contudo, ter sido acusado formalmente; após sofrer humilhações de toda sorte e percorrer vários presídios, é libertado em janeiro do ano seguinte. Essas experiências pessoais são retratadas no livro Memórias do cárcere.
Em 1945, com a queda da ditadura de Getúlio Vargas e a volta do país à normalidade democrática, Graciliano filia-se ao Partido Comunista Brasileiro, o qual integrou até 1947, quando o partido foi novamente considerado ilegal. Em 1952 viaja para os países socialistas do leste europeu, experiência descrita em Viagem.
Falece no Rio de Janeiro, a 20 de março de 1953.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 287)

José Lins do Rego


José Lins do Rego

Nasceu a 3 de julho de 1901, no engenho Corredor, na Paraíba, onde passa a infância. Faz o curso secundário em João Pessoa.
Em 1918, muda-se para o Recife, matriculando-se, no ano seguinte, na Faculdade de Direito. Nesse tempo, trava a amizade com José Américo de Almeida, Olívio Monte Negro e, principalmente, com Gilberto Freire, que muito influenciou.
A partir de 1935, transfere-se definitivamente para o Rio de Janeiro; colabora em alguns jornais e exerce cargos diplomáticos.
Elege-se para a Academia Brasileira de Letras em 1955. Morre no Rio de Janeiro, a 12 de setembro de 1957.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 284)

Rachel de Queiroz


Rachel de Queiroz

Nasceu em Fortaleza, Ceará, a 17 de novembro de 1910. Sua infância foi vivida parte na capital cearense, parte na fazenda da família no interior do estado, com rápidas passagens por Belém do Pará e Rio de Janeiro; essa instabilidade deveu-se à seca de 1915, que atingiu a propriedade da sua família.
Em 1927, já formada no curso normal, inicia sua colaboração em jornais escrevendo crônicas. Estréia em livro no ano de 1930, publicando o romance "O quinze"; nos anos seguintes milita no Partido Comunista Brasileiro, e em 1937 é presa por suas idéias esquerdistas. A partir de 1940 dedica-se a crônica jornalística e ao teatro. Em 1977, quebrou velha tradição ao ser a primeira mulher a pertencer à Academia Brasileira de Letras.
A obra de Raquel de Queiroz é marcada pelo forte caráter regionalista dos romances modernistas: o Ceará, sua gente, as secas, são notas constantes em seus romances, escritos numa linguagem fluente e de diálogos fáceis, o que resulta em uma narrativa dinâmica.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 281-282)

10 de janeiro de 2012

Vinícius de Morais


Marcus Vinícius da Cruz de Mello Morais

A exemplo de Cecília Meireles, o início de sua carreira está intimamente ligado ao neo-simbolismo da 'corrente espiritualista' e a renovação católica da década de 30.
Percebe-se em vários de seus poemas dessa fase um tom bíblico, seja nas epígrafes, seja diluído nos versos. No entanto, o eixo de sua obra logo se desloca para um sensualismo erótico, o que vem acentuar uma contradição entre o prazer da carne e a formação religiosa; destaque também para a valorização do momento, para um acentuado imediatismo - as coisas acontecem 'de repente, não mais que de repente' -, ao mesmo tempo em que se busca algo mais perene.
Desse quadro talvez resulte outra constante em sua poética: a felicidade e a infelicidade. A temática social também aparece em poemas de Vinícius, os quais lograram obter o mesmo grau de popularidade que suas composições voltadas para o amor, como é o caso de 'operário em construção'.
Também é importante salientar a importante participação de Vinícios na evolução da música popular brasileira desde a bossa-nova, em fins dos anos 50, até os nossos dias.
Nasceu a 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Ei-lo segundo suas próprias palavras: 'capitão-do-mato, poeta, diplomata, o branco mais preto do Brasil. Saravá.'
Morreu a 9 de julho de 1980, no Rio de Janeiro.


Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 271-272)

Vinícius de Morais


Marcus Vinícius da Cruz de Mello Morais

A exemplo de Cecília Meireles, o início de sua carreira está intimamente ligado ao neo-simbolismo da 'corrente espiritualista' e a renovação católica da década de 30.
Percebe-se em vários de seus poemas dessa fase um tom bíblico, seja nas epígrafes, seja diluído nos versos. No entanto, o eixo de sua obra logo se desloca para um sensualismo erótico, o que vem acentuar uma contradição entre o prazer da carne e a formação religiosa; destaque também para a valorização do momento, para um acentuado imediatismo - as coisas acontecem 'de repente, não mais que de repente' -, ao mesmo tempo em que se busca algo mais perene.
Desse quadro talvez resulte outra constante em sua poética: a felicidade e a infelicidade. A temática social também aparece em poemas de Vinícius, os quais lograram obter o mesmo grau de popularidade que suas composições voltadas para o amor, como é o caso de 'operário em construção'.
Também é importante salientar a importante participação de Vinícios na evolução da música popular brasileira desde a bossa-nova, em fins dos anos 50, até os nossos dias.
Nasceu a 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Ei-lo segundo suas próprias palavras: 'capitão-do-mato, poeta, diplomata, o branco mais preto do Brasil. Saravá.'
Morreu a 9 de julho de 1980, no Rio de Janeiro.


Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 271-272)

Cecília Meireles


Cecília Benevides de Carvalho Meireles

Nasceu a 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Órfã de pai e mãe desde os três anos de idade, foi criada pela avó materna. Em 1917 forma-se na Escola Normal do Rio, dedicando-se ao magistério primário. Estréia em livro com Espectros (1919).
A partir da década de 30, leciona literatura brasileira em várias universidades. Morreu a 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro.
Cecília Meireles inicia-se na literatura participando da chamada 'corrente espiritualista', sob influencia dos poetas que formariam o grupo da revista Festa, de inspiração neo-simbolista. Posteriormente afasta-se desses artistas, sem, contudo, perder as características intimistas, introspectivas, numa permanente viagem interior. Em vista desses fatores, sua obra reflete uma atmosfera de sonho, de fantasia e, ao mesmo tempo, de solidão e padecimento, como afirma a escritora:
"Mas creio que todos padecem, se são poetas. Porque, afinal, se sente que o grito é o grito; e a poesia já é o grito (com toda a sua força) mas transfigurado."
Um dos aspectos fundamentais da poética de Cecília Meireles é sua consciência da transitoriedade das coisas; por isso mesmo, o tempo passa, é fugaz, fugido.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 268-269)

Carlos Drummond de Andrade


Carlos Drummond de Andrade


É, sem dúvida, o maior nome de poesia contemporânea brasileira. 

Sua obra poética acompanha a evolução dos acontecimentos, registrando todas as "coisas" (síntese de um universo fechado, despersonificado) que o rodeiam e que existem na realidade do dia-a-dia. 

São poesias que refletem os problemas do mundo, do ser humano brasileiro e universal diante dos regimes totalitários, da 2ª Guerra, da guerra fria.

Faz seus primeiros estudos em Minas Gerais. 
Em 1918, estuda como interno no Colégio Anchieta, da Companhia de Jesus, em Friburgo, sendo expulso no ano seguinte, após um incidente com seu professor de Português.

Forma-se em Farmácia, mas vive de lecionar Português e Geografia em Itabira. Em 1934, transfere-se para o Rio de Janeiro, assumindo um cargo público no Ministério da Educação. 

Em 1945, a convite de Luís Carlos Prestes, trabalha como co-diretor do jornal comunista Tribuna Popular.

A partir da década de 1950, Drummond dedica-se integralmente à produção literária; além de novos livros de poesias, contos e algumas traduções, intensifica o seu trabalho de cronista. 

Drummond morreu no Rio de Janeiro, a 17 de agosto de 1987.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 264-265)

Jorge Mateus de Lima


Jorge Mateus de Lima

A exemplo de Murilo Mendes, Jorge de Lima também trilhou caminhos curiosos na literatura
brasileira: de poeta parnasiano em XIV alexandrinos, chega a uma poesia religiosa.
Nasceu a 23 de abril de 1895 em União dos Palmares, Alagoas. Estréia na literatura em 1914, ainda fortemente influenciado pelo Parnasianismo, com XIV alexandrinos, o que lhe vale mais tarde o título de 'príncipe dos poetas alagoanos'. Em 1926, já formado em Medicina, ingressa na vida política, elegendo-se deputado estadual pelo Partido Republicano; em 1930, por motivos políticos é obrigado a abandonar Alagoas, indo viver no Rio de Janeiro. Em 1946, com a redemocratização ocorrida no país, é eleito vereador do Rio de Janeiro pela UDN. Falece a 15 de novembro de 1953.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 261)

Murilo Mendes


Murilo Monteiro Mendes

Nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, a 13 de maio de 1901. Ainda menino, transfere-se para Niterói, onde conclui seus estudos secundários. Em 1953 muda-se para a Europa, percorrendo vários países; falece em Portugal, a 13 de agosto de 1975.
Murilo Mendes é um poeta de curiosa trajetória no Modernismo brasileiro: das sátiras e poemas-piada ao estilo oswaldiano, caminha para uma poesia religiosa, sem perder contato com a realidade social; o próprio poeta afirma que o social não se opõe ao religioso. Tal fato lhe permite acompanhar todas as transformações vividas pelo século XX, quer no campo econômico e político - a guerra foi tema de vários de seus poemas - quer no campo artístico, sendo o poeta modernista brasileiro mais identificado com o Surrealismo europeu.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 258)

Antõnio de Alcântara Machado


Antõnio de Alcântara Machado

Nasceu em São Paulo, a 25 de maio de 1901, filho de ilustre e tradicional família paulistana. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco.
Apesar de colaborar periodicamente com artigos sobre cultura no Jornal do Comércio, só toma contato direto com os modernistas de São Paulo a partir de 1925. Sua estréia em livro se dá em 1926, com um livro de crônicas institulado Pathé-Baby, com prefácil de Oswald de Andrade.
Em 1928, participa ativamente da primeira "dentição" da Revista de Antropofagia; após 1929, por divergências ideológicas, afastase de Oswald, ao mesmo tempo que estreia laços de amizade com Mário de Andrade. Morre em 14 de abril de 1935, em São Paulo, aos 34 anos de idade.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 244)

Manuel Bandeira


Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho

Nasceu no Recife, a 19 de abril de 1886. Ainda jovem, muda-se para o Rio de Janeiro, onde faz seus estudos secundários. Em 1903 transfere-se para São Paulo, matriculando-se na Escola Politécnica; acometido de tuberculose, abandona os estudos e volta para o Rio de Janeiro. A partir de então, desenganado várias vezes pelos médicos, inicia uma peregrinação pelas melhores casas de saúde situadas em estações climáticas do Brasil e da Europa.
Em 1917 estréia em livro com o volume A cinza das horas, de nítida influência parnasiana e simbolista.
Em 1922 participa, à distância, da Semana de Arte Moderna: apesar de a leitura de sua poesia "Os sapos", por Ronald de Carvalho, ter sido um momento de alto da Semana, o poeta recusouse a comparecer, permanecendo no Recife, por não concordar com a intensidade dos ataques feitos aos parnasianos e simbolistas.
Em apenas quatro anos (entre 1916 e 1920), Manuel Bandeira assistiu à morte de sua mãe, sua irmã e seu pai, ao mesmo tempo em que vivia cotidianamente em luta contra sua própria morte. Viveu solitariamente, apesar dos amigos e das reuniões na Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1940. Morreu aos 82 anos, no dia 13 de outubro de 1968.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 239-240)

Oswald de Andrade


José Oswald de Sousa Andrade

Nasceu em São Paulo, a 11 de janeiro de 1890. Cursou faculdade de Direito no Largo de São Francisco, bacharelandose em 1919. Desde o retorno de sua primeira viagem à Europa, em 1912, trazendo as idéias do Futurismo, Oswald de Andrade transformou-se em figura fundamental dos principais acontecimentos da vida cultural brasileira na primeira metade do século XX.
Homem polêmico, irônico, gozador, teve uma vida atribulada, não só no que diz respeito às artes como também à política e aos sentimentos: foi o idealizador dos principais manifestos modernistas; militante político, teve profundas amizades e inimizades, rumorosos casos de amor e vários casamentos (com destaque para dois: com Tarsila do Amaral e com Patrícia Galvão, a Pagu). Mais do que em outros escritores, sua vida e obra são irmãs gẽmeas, como afirma seu filho Rudá em carta ao crítico Antõnio Candido:
"Creio que a obra de Oswald não pode ser estudada desvinculada de sua vida."
E aqui cabe chamar a atenção para dois fatos: primeiro, a vida de Oswald tem um verdadeiro divisor de águas, o ano de 1929, quando, fazendeiro de café, vai à falência; segundo, criou-se a imagem de um "palhaço da burguesia", o que, em muito, ofuscou o brilho de sua obra e amargurou o escritor nos últimos anos de sua vida.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 236-237)

Mário de Andrade


Mário Raul de Morais Andrade

Nasceu em São Paulo, em 9 de outubro de 1893. Após o grupo escolar e o ginásio, matriculou-se na Escola de Comércio Álvares Penteado, abandonando o curso após uma briga com seu professor de Português.
No ano seguinte, 1911, matricula-se no Conservatório de Música de São Paulo, formando-se em piano. Jovem ainda, inicia suas críticas de arte escrevendo para jornais e revistas. A partir de 1917, ano em trava amizade com Oswald de Andrade, publica seu primeiro livro e "descobre" Anita Malfatti, transformando-se numa das mais importantes figuras de nossa vida cultural.
Foi diretor do Departamento de Cultura do Município de São Paulo e professor de História da Música no Conservatório Dramático de São Paulo. Lecionou História e Filosofia da Arte na Universidade do Distrito Federal (RJ). Voltado a São Paulo, trabalhou no Serviço do Patrimônio Histórico. Morreu em São Paulo, em sua casa da rua Lopes Chaves, a 25 de fevereiro de 1945.
Em toda a sua obra, Mário de Andrade lutou por uma língua brasileira que estivesse mais próxima do falar do povo, sendo comum, em seus textos, o início da frase com um pronome oblíquo, o "si", o "quasi", o "guspe", em vez de se, quase, cuspe.
Os brasileirismos e o folclore tiveram a máxima importância para o poeta, como bem atestam os livros Clã do jabuti e Remate de males. Ao lado disso, suas poesias, romances e contos revestem-se de uma nítida crítica social, sempre atacando a alta burguesia e a aristocracia.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 230-231)

Monteiro Lobato


Monteiro Lobato

José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, Estado de São Paulo, a 18 de abril de 1882. Após os primeiros estudos em sua cidade natal, em 1900 matricula-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, sendo um dos integrantes do grupo literário do Minarete.
Por essa época, inicia suas atividades junto à imprensa. Formado, exerce a promotoria pública em Areias, na região do Vale do Paraíba paulista. Em 1911 herda de seu avô uma fazenda, dedicando-se a agricultura. Três anos depois, um fato definiria a carreira literária de Lobato: durante o inverno seco daquele ano, cansado de enfrentar as constantes queimadas praticadas pelos caboclos, o fazendeiro escreve uma "indignação" intitulada "Velha praga" e envia para as "Queixas e reclamações" do jornal O Estado de São Paulo.
O jornal, percebendo o valor daquela carta, publica-a fora da seção destinada aos leitores; no que acertou, pois a carta provocou polêmica, estimulando Lobato a escrever outros artigos, como por exemplo "Urupês", e a criar seu famoso personagem Jeca Tatu.
A partir daí, os fatos sucedem rapidamente: vende a fazenda; publica Urupẽs, seu primeiro livro; funda a Editora Monteiro Lobato & Cia., a primeira editora nacional. Mais tarde fundaria a Companhia Editorial Nacional e, em 1944, a Editora Brasiliense.
De 1927 a 1931, Lobato vive nos Estados Unidos como adido comercial em Nova Iorque. Admirado com a exploração dos recursos minerais, ao retornar ao Brasil funda o Sindicato do Ferro e a Cia. Petróleos do Brasil, passando a enfrentar a fúria das grandes empresas multinacionais e os "obstáculos" impostos pelo governo brasileiro. Dessa situação resulta outra "indignação" de Lobato: o livro-denúncia O escândalo do petróleo, publicado em 1936.
Nesse livro expõe ao leitor como a máquina do calamitoso Ministério da Agricultura "trabalhou" e "trabalha bem" dentro do programa de "não tirar petróleo, nem deixar que o tirem", para concluir a famosa frase de Shakespeare: "Há algo de podre no reino da Dinamarca". Sua luta não se interromperia até 1941, quando foi condenado pela ditadura de Vargas a seis meses de detenção. Nos últimos anos, colabora com artigos em jornais brasileiros e argentinos.
Falece a 5 de julho de 1948, em São Paulo.


Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 191)

Lima Barreto


Afonso Henrique de Lima Barreto

Nasceu no Rio de Janeiro a 13 de maio de 1881; seu pai era português e sua mãe, escrava. Após os primeiros estudos em Niterói, vai para o antigo Colégio Pedro II.
Em 1897 ingressa na Escola Politécnica, cursando Engenharia até 1902, quando se vê obrigado a abandonar o curso para cuidar do seu pai, doente mental. Emprega-se na Diretoria do Expediente da Secretaria da Guerra; o funcionalismo público lhe dá certa tranquilidade financeira. Data dessa época o início de suas colaborações na imprensa com alguns contos.
Mestiço de origem pobre, seguidor do socialismo, com o pai louco internado na Colônia dos Alienados, sofrendo com o preconceito racial e vivendo intensamente todas as contradições do início do século, Lima Barreto passa por profundas crises depressivas.
Alcoólatra, esteve internado duas vezes, em 1914 e 1919, no Hospício Nacional. A 11 de maio de 1918, no semanário ABC, redige um manifesto socialista exaltando a Revolução Russa de 1917.
Passa o ano de 1922 cuidando do pai moribundo. Morre em 1º de novembro de 1922, 48 horas antes do falecimento de seu pai.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 185-186)

Augusto dos anjos


Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos

Nasceu no engenho Pau-d'Arco, Vila do Espírito Santo, Paraíba, a 20 de abril de 1884. De uma família de proprietários de engenho, assiste, nos primeiros anos do séculos XX, à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas.
Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito de Recife, formando-se em 1907. Retorna à capital paraibana, onde leciona literatura brasileira; casa-se, em 1910, com Ester Fialho. Nesse ano, em conseqüência de desentendimentos com o governador, é afastado do cargo do professor do Liceu Paraibano.
Muda-se para o Rio de janeiro e dedica-se ao magistério, lecionando no Colégio Pedro II. Em 1911 morre prematuramente seu primeiro filho. No ano seguinte, publica Eu, seu único volume de poesias.
Augusto dos Anjos é um poeta único em nossa literatura. Sua poesia é a soma de todas as tendências (costuma-se dizer de todos os ismos) da segunda metade do século XIX, bem como das do início do século XX. Se o autor de Eu é o poeta do "mau gosto", do escarro, dos vermes, é também um cientificista.
Em 1914, transfere-se para Leopoldina, Minas Gerais, para assumir a direção de um grupo escolar. Após dez dias de fortíssima gripe, morre a 12 de novembro de 1914.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 182-183)

Euclides da Cunha


Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha

Nasceu em Cantagalo, município do Rio de Janeiro, a 20 de janeiro de 1866. Órfão, foi criado por suas tias na Bahia, onde fez os primeiros estudos.
Mais tarde, matricula-se na Escola Politécnica do Rio, transferindo-se depois para a Escola Militar. Positivista e republicano, desacata o então Ministro da Guerra, sendo expulso, em 1888, do estabelecimento.
Após a proclamação da República, no ano seguinte, reingressa na Escola Superior de Guerra, formando-se em Engenharia Militar e Ciências Naturais. Em 1896, discordando dos rumos tomados pela República, desliga-se definitivamente do exército.
Em 1897, abandona o Rio de Janeiro, fixando-se em São Paulo. Como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, é enviado a Canudos, Bahia, para cobrir a revolta que lá explodira. De volta a São Paulo, desliga-se do jornal; é chamado para planejar a construção de uma nova ponte em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo.
Nesta época, redige Os sertões, publicado em 1902. Em 1903 foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico e da Academia Brasileira de Letras. Entre 1905 e 1906, designado para tratar de problemas de fronteiras no norte do país, faz profundos estudos sobre a Amazônia. Retornando ao Rio de Janeiro, foi nomeado professor de Lógica no Colégio Pedro II.
No dia 15 de agosto de 1909, foi assassinado no Rio de Janeiro.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 177-178)

Cruz e Sousa


Cruz e Souza

João da Cruz nasceu a 21 de novembro de 1861, em Desterro, hoje Florianópolis, Santa Catarina. Filho de escravos, negro sem mescla, o próprio poeta ao nascer sustentava a condição de escravo. Sua família foi alforrada quando do início da Guerra do Paraguai, por seu dono, o marechal Guilherme Xavier de Souza.
O antigo senhor e sua esposa cuidam do menino João da Cruz, dando-lhe inclusive o sobrenome Sousa. Sempre a proteção do marechal Guilherme, estuda no Liceu Provincial Catarinense.
Em 1882, juntamente com Virgílio Várzea, dirige a Tribuna Popular, jornal abolicionista. Em consequência dos problemas de preconceito racial, vê-se impelido a abandonar, em 1883, sua terra natal. Por esta época, trabalha como ponto e secretário da companhia teatral de Julieta dos Santos, percorrendo quase todas as províncias brasileiras.
Voltando para Santa Catarina, é nomeado promotor público em Laguna, mas não chega a assumir o cargo, por preconceito de cor.
Transfere-se para o Rio de Janeiro; trabalha na imprensa, mas seu melhor salário é o de um miserável emprego na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Cruz e Souza é sem dúvida, a figura mais importante de nosso Simbolismo. Como poeta, teve apenas um volume publicado em vida: Broquéis. Os dois outros volumes de poesia são póstumos. Sua obra apresenta uma evolução importante, uma vez que abandona o subjetivismo e a angústia inicial para posições mais universalizantes. De fato, sua produção inicial fala da dor e do sofrimento do homem negro (evidentes colocações pessoais), mas evolui para o sofrimento e a angústia do ser humano - a sublimação, a anulação da matéria para a libertação da espiritualidade, só conseguida na sua totalidade pela morte.
Em 1893 casa-se com Gavita Rosa Gonçalves, também negra; o casal teve quatro filhos, todos prematuramente falecidos (o de vida mais longa morreu aos 17 anos). Gavita enlouquece e permanece internada durante longo tempo.
Morrem o pai e a mãe do poeta. Em 1897, tuberculoso e pobre, procura refúgio na cidade mineira de Sítio, vindo a falecer em 19 de março de 1898.
Seu corpo foi transladado de Minas Gerais para o Rio de Janeiro fora do esquife, num vagão de animais.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 162-163)

Olavo Bilac


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac

Alexandrino a partir do nome, nasceu no Rio de Janeiro a 16 de dezembro de 1865. O menino Olavo só conheceu o pai em 1870, aos cinco anos de idade, quando este voltava da Guerra do Paraguai; sua infância foi povoada de histórias e hinos militares.
Após abandonar os cursos de Medicina e Direito, lança, em 1888, o livro Poesias; dedica-se ao jornalismo e à literatura. Republicano e nacionalista, escreve, em 1889, a letra do "Hino à Bandeira"; mais tarde, por fazer oposição ao governo de Floriano (a quem dedicou excelentes poesias satíricas), é exilado em Ouro Preto, Minas Gerais.
Em 1907 é eleito o primeiro "príncipe dos poetas" em concurso promovido pela revista Fon-Fon.
Em 1915 inicia suas campanhas cívicas: alfabetização e serviço militar obrigatório; no ano seguinte funda a Liga da Defesa Nacional.
Morre a 18 de dezembro de 1918, no Rio de Janeiro.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 149)

Raimundo Correia


Raimundo da Mota de Azevedo Correia

Nasceu a 13 de maio de 1859, a bordo do navio São Luís, ancorado em águas do Maranhão.
Advogado pela Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, publica, em 1883, o livro Sinfonias, perfeitamente parnasiano, com prefácio de Machado de Assis. Em 1897, é sócio fundador da Academia Brasileira de Letras.
Falece a 13 de setembro de 1911, em Paris.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 147)

Alberto de Oliveira


Antônio Mariano Alberto de Oliveira

Nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, a 28 de abril de 1857.
Formou-se em Farmácia; abandonou o curso de Medicina quando cursava o terceiro ano. Data de 1883 sua amizade com Olavo Bilac e Raimundo Correia; em 1897 é um dos sócios fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Em 1924, já em pleno Modernismo e sob o impacto da Semana, é eleito "príncipe dos poetas", no lugar deixado vago por Olavo Bilac (os 'príncipes' sempre foram parnasianos).
Morre em 19 de janeiro de 1937, em Niterói.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 145)

Aluísio de Azevedo


Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo

Nasceu a 14 de abril de 1857 em São Luís, Maranhão. Após os primeiros estudos em sua terra natal, vai para o Rio de Janeiro estudar pintura e desenho; trabalha como caturista na imprensa. Com a morte de seu pai, retorna ao Maranhão; nessa época escreve alguns artigos de caráter político, influenciado pelo materialismo positivista, atacando os conservadores, a tradicional sociedade maranhense e o clero.
Em 1880 inicia-se no romance, publicando Uma lágrima de mulher. No ano seguinte choca a sociedade do Maranhão ao publicar O mulato, primeiro romance naturalista de nossa literatura.
Novamente embarca em direção ao Rio de Janeiro, vivendo a partir daí da venda de seus escritos, o que levou o crítico Valentim Magalhães a afirmar:
"Aluísio Azevedo é no Brasil talvez o único escritor que ganha o pão exclusivamente à custa de sua pena, mas note-se que apenas ganha o pão: as letras no Brasil ainda não dão para a manteiga."
É como naturalista que Aluísio Azevedo deve ser estudado. Seguindo as lições de Émile Zola e Eça de Queiroz, o autor escreve romances de tese, com clara conotação social. Percebe-se nitidamente a preocupação com as classes marginalizadas pela sociedade, a crítica ao conservadorismo e ao clero, aliado à classe dominante.
Destaque também para a defesa do ideal republicano assumida pelo autor: em "O cortiço", a República é proclamada em pleno decurso da narrativa, permitindo assim ao autor explicar sua posição quanto ao acontecimento.
O mulato, marco inicial do naturalismo brasileiro, se teve uma aceitação relativa no Sul, no Nordeste foi violentamente combatido (...) logo no primeiro romance da nova estética, todas as suas principais características: o amor pela natureza, a negação da metafísica, o "desrespeito" pela religião, o entusiasmo pela saúde do corpo, o real-sensível e o materialismo.
Não suportando a situação (financeira) por muito tempo, em 1895 o romancista presta concurso para o cargo de cônsul. Aprovado, ingressa na vida diplomática e abandona de vez a literatura.
Falece a 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires, Argentina.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 135-137)

Raul Pompéia


Raul d'Ávila Pompéia

Nasceu a 12 de abril de 1863 em Jacuacanga, Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Aos dez anos de idade, transfere-se com a família para a cidade do Rio de Janeiro; é matriculado como interno no Colégio Abílio, dirigido pelo Dr. Abílio César Borges, Barão de Macaúbas.
Aos 16 anos, transfere-se para o Colégio Pedro II, agora em regime de externato. No ano seguinte, 1880, publica seu primeiro romance: Uma tragédia no Amazonas.
Em 1881 muda-se para São Paulo, matriculando-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Participa ativamente na campanha abolicionista e engaja-se na causa republicana. Em 1883 publica, em forma de folhetim na Gazeta de Notícias, o romance As jóias da coroa, de nítida conotação antimonarquista.
Em 1885 transfere-se com outros 90 colegas para a Faculdade de Direito de Recife, provavelmente em conseqüência da defesa dos ideais abolicionistas e republicanos; lá termina o seu curso.
O Ateneu - Crônica de saudades, como o próprio subtítulo indica, é um livro de memórias, ou seja, o tempo da ação é anterior ao tempo da narração: o personagem Sérgio, já adulto, narra seu tempo de aluno interno no Ateneu; a narrativa é feita em primeira pessoa, e Sérgio é o personagem-narrador, o que permite ao autor entrar no complexo mundo das revelações que só se fazem à consciência.
O Ateneu é um romance autobiográfico. A fronteira entre a ficção e a realidade é muito frágil. As identidades são claras: Sérgio é Raul Pompéia; o Dr. Aristarco Argolo de Ramos, Visconde de Ramos, do Norte, é na realidade do Dr. Abílio César Borges, Barão de Macaúbas, do Norte; o Ateneu é o Colégio Abílio; Sérgio, assim como Raul Pompéia, entra no colégio com 11 anos de idade.
Leva vida agitada, com várias polêmicas, inimizades e crises depressivas.
Abandonado pelos amigos, caluniado nos meios jornalísticos e intelectuais, Raul Pompéia suicida-se em 1895, dia de Natal.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 130-131)

Machado de Assis


Joaquim Maria Machado de Assis

Nasceu a 21 de junho de 1839 no Morro do Livramento, Rio de Janeiro. Seu pai era brasileiro, mulato e pintor de paredes; sua mãe era portuguesa da ilha de Açores e lavadeira.
Frequentou por pouco tempo uma escola pública, onde aprendeu as primeiras letras: aos 16 anos já frequentava a tipografia de Paula Brito, onde se publicava a revista Marmota Fluminense, em cujo número de 21 de janeiro de 1855 sai o poema "Ela": era a estréia de Machado de Assis nas letras.
No ano seguinte, começa a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, depois revisor, ao mesmo tempo que colabora com artigos de vários jornais da época.
Em 12 de novembro de 1869 casa-se com Carolina Xavier de Novais, portuguesa de boa cultura, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais, amigo de Machado.
Em 1873 é nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Como servidor público, teve uma carreira meteórica que lhe deu tranquilidade financeira; já em 1892 era Diretor-Geral do Ministério da Aviação.
Em 1897 Machado é eleito presidente da recém-fundada Academia Brasileira de Letras (também chamada "Casa de Machado de Assis"), concretizando o velho sonho de reunir a elite dos escritores da época em um fechado clube literário.
Após a morte de sua esposa, o romancista raramente saía; sua saúde, extremamente abalada pela epilepsia, por problemas nervosos e por uma gaguez progressiva, contribuía para seu isolamento.
Morre em 1908, a 29 de setembro, em sua confortável casa do Cosme Velho.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 122-123)