10 de janeiro de 2012

Aluísio de Azevedo


Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo

Nasceu a 14 de abril de 1857 em São Luís, Maranhão. Após os primeiros estudos em sua terra natal, vai para o Rio de Janeiro estudar pintura e desenho; trabalha como caturista na imprensa. Com a morte de seu pai, retorna ao Maranhão; nessa época escreve alguns artigos de caráter político, influenciado pelo materialismo positivista, atacando os conservadores, a tradicional sociedade maranhense e o clero.
Em 1880 inicia-se no romance, publicando Uma lágrima de mulher. No ano seguinte choca a sociedade do Maranhão ao publicar O mulato, primeiro romance naturalista de nossa literatura.
Novamente embarca em direção ao Rio de Janeiro, vivendo a partir daí da venda de seus escritos, o que levou o crítico Valentim Magalhães a afirmar:
"Aluísio Azevedo é no Brasil talvez o único escritor que ganha o pão exclusivamente à custa de sua pena, mas note-se que apenas ganha o pão: as letras no Brasil ainda não dão para a manteiga."
É como naturalista que Aluísio Azevedo deve ser estudado. Seguindo as lições de Émile Zola e Eça de Queiroz, o autor escreve romances de tese, com clara conotação social. Percebe-se nitidamente a preocupação com as classes marginalizadas pela sociedade, a crítica ao conservadorismo e ao clero, aliado à classe dominante.
Destaque também para a defesa do ideal republicano assumida pelo autor: em "O cortiço", a República é proclamada em pleno decurso da narrativa, permitindo assim ao autor explicar sua posição quanto ao acontecimento.
O mulato, marco inicial do naturalismo brasileiro, se teve uma aceitação relativa no Sul, no Nordeste foi violentamente combatido (...) logo no primeiro romance da nova estética, todas as suas principais características: o amor pela natureza, a negação da metafísica, o "desrespeito" pela religião, o entusiasmo pela saúde do corpo, o real-sensível e o materialismo.
Não suportando a situação (financeira) por muito tempo, em 1895 o romancista presta concurso para o cargo de cônsul. Aprovado, ingressa na vida diplomática e abandona de vez a literatura.
Falece a 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires, Argentina.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 135-137)

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