10 de janeiro de 2012

Manuel Antônio Álvares de Azevedo


Manuel Antônio Álvares de Azevedo

Nasceu a 12 de setembro de 1831, na capital paulista. Em 1848, matricula-se na Faculdade de Direito e inicia um período de intensa produção poética, ao mesmo tempo em que se manifestam os primeiros sintomas de tuberculose.
A partir de 1851 tem verdadeira fixação pela idéia da própria morte, deixando-a clara em várias cartas à mãe, à irmã e aos amigos. Morre a 25 de abril de 1852.
Foi responsável pelos contornos definidos do "mal do século" em nossa literatura, produzindo uma obra influenciada por Lord Byron, de quem foi leitor assíduo e tradutor, e por Musset, de quem herdou as características do spleen* - o sarcasmo, a ironia e a autodestruição.
Suas poesias falam de amor e de morte, de um amor sempre idealizado, irreal, povoado de donzelas ingênuas, virgens sonhadas, filhas do céu, mulheres misteriosas (seria melhor dizer vultos), que habitam seus sonhos adolescentes mas nunca se materializam. Daí a frustação, o sofrimento, a dor só acalmada pela lembrança da mãe e da irmã.
A morte foi presença constante: a morte prematura de seu irmão; a morte de seus colegas de faculdade; a "dor no peito" que cedo o levaria. E é essa presença da morte, numa contradição compreensível, que mais lhe atiça a vontade de viver.
Entretanto, cumpre salientar que a morte na poesia de Álvares de Azevedo também assume a conotação de fuga, como fruto de uma sensação de impotência diante do mundo conturbado.

*A origem da aplicação do termo spleen à literatura é curiosa. Essa palavra inglesa significa "baço", o órgão ao qual era atribuída, no século XIX, a propriedade de determinar o estado melancólico ou depressivo de um indivíduo.

Fonte: NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Editora Scipione, 1990. (Página 83)

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